Aos pais, avós, amigos e quem mais quiser ajudar quando o bebê nascer.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Quando falamos do pós-parto, repetimos e insistimos na importância do empoderamento da recém- mãe. 

Confiar em si mesma, em seus instintos, e ter a certeza de que ela e o bebê têm uma comunicação única. Saber que, juntos, conseguirão passar pelo puerpério, pela amamentação, pelas noites em claro e os momentos difíceis. Saber que vai passar por momentos de "Loucura Necessária", como uma TPM forte, e saber que faz parte do processo e não se culpar nem se cobrar demais. 

Mas sabemos que para que isso seja possível, faz-se necessário o apoio! Duas grandes frentes de suporte, e aí que vocês entram! :)

O primeiro suporte super necessário é o emocional.
Você precisa saber que a recém-mãe passa por uma fase de muitos turbilhões emocionais: a fusão emocional com o bebê, a "loucura necessária", os hormônios do pós-parto à flor da pele, a perda dos espaços de identificação (a mãe para de trabalhar, para sua vida para focar unicamente no bebê), entre outros (temas abordados no blog, caso queira buscar mais).

Você precisa entender que ela está no processo de conhecer e se conectar com o bebê, que precisa confiar em si mesma, e que o apoio emocional precisa ser "periférico" para que ela tenha espaço para se encontrar, segura de que te tem por perto quando precisar. Ela terá momentos de explosão, momentos de tristeza, momentos que nem ela estará se entendendo bem. E que para ela, saber que você compreende isso, é o suficiente para que ela possa focar em si. Ela não precisa de julgamentos, de críticas, de dicas nem muito menos de conselhos. Ela não precisa que você cobre dela desculpas, nem precisa se sentir mal por suas explosões e tristezas. Ela precisa é de apoio, compreensão, espaço, segurança e liberdade para lhe solicitar qualquer uma dessas coisas caso ela sinta que precisa! 

Ela precisa que você garanta à ela o direito de ser uma mulher puerperal sem medo.
Que você entenda que se trata de uma Loucura Necessária e não se ofenda ou leve para o lado pessoal. Que respeite e esclareça aqueles que não compreendam do que se trata. 
Se tiverem visitas pós parto, que seja você a garantir que ela tenha essa compreensão e espaço da parte daqueles que chegam. Que garanta que respeitem os desejos da mãe, que fiquem pouco, que cuidem do que fazem e falam. Que não façam bagunça nem fiquem deixando uma série de obrigações pós visita (casa pra arrumar, tarefas à fazer, etc).

E dentro desse contexto temos o maravilhoso segundo suporte bastante importante e também periférico, ao qual vamos chamar de "suporte prático". Esse é o suporte mais necessário, mas também o menos oferecido uma vez que é menos grato: a ajuda nos aspectos extra-bebê

Sim. Ajudar na casa, comprar uma coisa na rua, lavar roupa, lavar louça, receber as visitas surpresa, etc. Ou seja, estar disponível para ajudar no que a mãe julgue necessário, ao invés do que você acha que a mãe precisa! 

Por que por mais que sua intenção seja a melhor, só quem sabe mesmo as reais necessidades de ajuda da mãe é ela. E muitas vezes, sem querer, sequer deixamos a mãe à vontade para pedir essa ajuda. Aliás, pelo contrário, ela acaba se sentindo invadida e ainda devendo ao mundo as ajudas que recebe. Se sente ingrata, chata, louca. E no fim das contas, ajudamos muito pouco.. ou atrapalhamos! E pioramos seu estado emocional com culpa e dívidas.

Outro ponto SUPER IMPORTANTE (e por isso se encontra aqui embaixo longe do "suporte emocional" - para que seja salientado!):

Compreender que a mãe se sentir triste, enlouquecida, saudosa ou carente é SUPER NORMAL! Aliás, é absurdamente importante que tanto a mãe quanto vocês saibam disso e não se assustem! 

Segundo Laura Gutman, renomada psicoterapeuta:

"é indispensável saber de antemão que a sombra fará uma aparição desmedida durante o pós-parto; caso contrário, cada nova sensação assustará!"

Ou seja, dar apoio ao invés de tentar fazê-la sentir-se melhor! E, acima de tudo, evitar dizer frases como "não precisa ficar assim", "você tá chorando por quê?" ou "pra que tristeza quando você tem tudo é um filho super saudável?". Nem fique preocupado, querendo ajuda profissional ou achando que ela está com doente. Ela está bem! Só está puerpéria!

Esses sentimentos são normais e esperados! :) E mais do que isso.. Eles passam! Tenha paciência, carinho, cuidado.. vai passar!  

Não é uma questão racional, ou do que se tem, mas sim das aparições do puerpério se fazendo presentes, e tudo o que a mãe pede é apenas colo e compreensão. Segurança e suporte. Mais nada.

Em resumo? Se a intenção é realmente ser o suporte que a mãe puérpera precisa, então lhe dê o que ela te pedir, desde que tenha total liberdade pra realmente pedir aquilo de que precisa, da forma que precisa! 

Não tome os bebês dos braços, não julgue, não se imponha.. seja um apoio periférico, um suporte emocional e prático, forte e seguro, com o qual ela possa contar. Suporte este necessário para que ela possa se empoderar, para que possa mergulhar no puerpério e conhecer seu bebê e a si mesma! E precisar menos de você a cada dia que passe, podendo precisar sempre, por que sabe que te terá! 


Obrigada pelo carinho enorme de ler até aqui, e se preparar para ser o porto seguro de alguma mãe, pra que ela seja de algum bebê.. isso muda o mundo! 

Beijo com carinho, 

Nanda






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