O que são toddlers? Nem bebês nem não bebês, são o meio termo, que começa por volta dos dois anos, tema de hoje!
Como já mencionamos aqui, não gostamos muito de enquadrar as crianças em fases, uma vez que arrisca relegar à isso tudo o que for comunicação não verbal da criança, arriscando não observá-la dentro de sua individualidade e perder a oportunidade de conhecer melhor e compreender melhor o que está acontecendo verdadeiramente.
No entanto, também não podemos ignorar que o desenvolvimento infantil é marcado por momentos específicos, momentos de mudanças, uma vez que são seres adquirindo novos conhecimentos e habilidades todos os dias, e que de tempos em tempos, se acumulam em grandes mudanças e grandes desafios, tanto para os pais quanto para eles mesmos.
Um desses momentos - e um dos mais comentados e badalados - é a fase por volta dos dois anos de idade. Alguns chamam de terrible two, outros chamam de primeira adolescência, há quem veja como "wonderfull two". Independente de como chamamos, o que tanta gente fala dessa fase mostra que algo de diferente acontece nesse período da vida, que chama a atenção de tantos pais.
E o que é?
Essa é a GRANDE questão, não é uma coisa, mas um emaranhado delas. Então vamos lá..
Primeiramente, é uma fase em que está se constituindo o conceito de eu. A criança começa a compreender que é uma pessoa, separado de sua mãe (separação fusional). No entanto, se desfaz da fusão com a mãe e inicia a fusão com o pai, o que pode dizer projeções de sombra do pai também.
Além disso, começa a constituir a própria sombra, com projeções de si e a dificuldade de lidar com todas essas novidades. Começa, também, a se chamar pelo nome, reconhecer-se em espelhos e fotos, além de reconhecer como seu coisas como a sombra, o cocô que faz, as coisas que desenha. Passa, então, a ter vontades individuais e gostos particulares.
No entanto, é também uma fase em que a linguagem verbal ainda é rudimentar, e com poucas palavras e muitas vontades, expressar-se para conseguí-las se torna um desafio. Além disso, tem seu sistema cognitivo e compreensão abstrata ainda limitada por sua idade, então não tem total entendimento do porquê de muitas vezes não conseguir o que quer.
E, para finalizar com a cereja no topo do bolo dos dois anos, ainda temos a inexperiência em lidar com frustração, o que atrapalha bastante nos momentos em que não compreende o porquê de não conseguir o que quer, podendo levar a crisesde choro (ou não).
Outro detalhe que pode fortalecer a difuldade dessa etapa da vida é o fato dos pais estarem muito acostumados com um bebê, sem vontades e com mais dependência, e habituar-se com um serzinho que tem vontades e questiona pode trazer à tona muitas projeções de sombra e nomeações complicadas.
E ai mora o primeiro perigo: de se relegar à fase tudo o que acontece, e não se observar verdadeiramente a criança. Outro perigo é o de interpretar a criança com um raciocínio adulto, o que pode levar à projeção de sombras nas interpretações. Por exemplo, muitos pais se sentem constantemente desafiados. Mas, dependendo das dificuldades maiores dos pais, isso terá uma nomeação. Teimoso, mal educado, sem limites, dificil de lidar, etc.
E, ao invés de ouvir a criança, ao invés de se analisar e percerber qual a própria parte nisso tudo, os adultos muitas vezes acabam não lidando tão bem por relegar à essas nomeações e não lidar verdadeiramente com o que está na sua frente. Mas, ao olhar com olhos de criança, perceberão que a visão adulta da situação dá um peso muito maior.
A Simone de Carvalho, do blog Se as Mães Soubessem, sobre as temíveis "birras", diz:
"O uso do não com meus filhos era de uma forma carinhosa sim, mas firme. Eu sempre me posicionava na altura dos olhos deles e falava com um tom de voz diferente: a percepção era imediata à minha mudança de comportamento. Como o cérebro do bebê ainda é imaturo nesta fase, a repetição do ato é necessário, até que o bebê finalmente apreende o significado dele. Essa ação de repetição (por exemplo, jogar um brinquedo no chão diversas vezes, é na verdade uma experimentação do objeto: analisando suas diversas formas de “cair”). Isso é um exercício bastante interessante no que diz respeito às possibilidades infinitas de experimentação de hipóteses, isso é, o exercício da inteligência em sua essência, e claro, seria um grande erro privar os nossos bebês disto, não é mesmo?
A grande diferença aqui está no seu comportamento frente a esta ação que parece um “teste” para os pais. Mas não é. Se trata apenas a necessidade do seu bebê em repetir o ato até que ele o internalize. Se a mãe diz “não” para o dedinho na tomada, o bebê vai testar as suas hipóteses até internalizar que é realmente perigoso, e, abandonar a ação. O não é a linguagem verbal mais usada pelos pais nesta fase, e o grande desafio do bebê é compreender o sentido dos diversos “nãos” que ouve… Isto é, sem dúvida também, um grande desafio para ele."
Outro ponto importante de tratar é o medo que muitos pais têm do choro, que acaba fazendo com que evitem ao máximo situações em que haja choro.
Quando há, o medo enorme faz com que tome proporções maiores, e sequer a iminência desses choros já faz com que muitos pais se estressem e percam a cabeça sem o choro sequer ter começado ainda. A criança, então, sente o nervosismo e estresse dos pais, sentem medo ou insegurança, o que as leva ao choro. Em suma, o choro sendo muito mais consequencia do medo do choro, do que pela situação em si.
(mais sobre o medo do choro aqui)
E, mais importante de tudo, é compreender que, se as crianças estão passando por tantas mudanças e novidades, elas estão precisando mais do que nunca de seus pais. De apoio, de compreensão, de colo. Mas que, quando a "fase" em si é muito temida pelos pais, o apoio é trocado pelo medo, e os pais se tornam "evitadores" ao invés de apoio.
Além disso, e ainda MAIS IMPORTANTE, todas essas nomeações, medo da fase, e formas de lidar têm também a mais grave das consequências: DEIXAR DE CURTIR!
Po que esse é, também, um dos momentos mais gostosos da infância! A criança agora também anda, fala, pede coisas, está começando a usar as palavras do jeito mais lindo possível, interagindo do jeito mais fofo possível, fazem questão de nossa presença e se divertem conosco como nunca antes! É um momento super gostoso da infância!
Para conseguir ver dessa forma, a proposta de Simone em seu blog é viver o "Wonderfull Two". Achei a proposta super legal, com sugestões e dicas, e fica a sugestão de você ler aqui!
Mais sobre o tema no meu blog você encontra aqui!
Dúvidas e comentários, não deixe de nos escrever!
beijos
#PsiMama
Como já mencionamos aqui, não gostamos muito de enquadrar as crianças em fases, uma vez que arrisca relegar à isso tudo o que for comunicação não verbal da criança, arriscando não observá-la dentro de sua individualidade e perder a oportunidade de conhecer melhor e compreender melhor o que está acontecendo verdadeiramente.
No entanto, também não podemos ignorar que o desenvolvimento infantil é marcado por momentos específicos, momentos de mudanças, uma vez que são seres adquirindo novos conhecimentos e habilidades todos os dias, e que de tempos em tempos, se acumulam em grandes mudanças e grandes desafios, tanto para os pais quanto para eles mesmos.
Um desses momentos - e um dos mais comentados e badalados - é a fase por volta dos dois anos de idade. Alguns chamam de terrible two, outros chamam de primeira adolescência, há quem veja como "wonderfull two". Independente de como chamamos, o que tanta gente fala dessa fase mostra que algo de diferente acontece nesse período da vida, que chama a atenção de tantos pais.
E o que é?
Essa é a GRANDE questão, não é uma coisa, mas um emaranhado delas. Então vamos lá..
Primeiramente, é uma fase em que está se constituindo o conceito de eu. A criança começa a compreender que é uma pessoa, separado de sua mãe (separação fusional). No entanto, se desfaz da fusão com a mãe e inicia a fusão com o pai, o que pode dizer projeções de sombra do pai também.
Além disso, começa a constituir a própria sombra, com projeções de si e a dificuldade de lidar com todas essas novidades. Começa, também, a se chamar pelo nome, reconhecer-se em espelhos e fotos, além de reconhecer como seu coisas como a sombra, o cocô que faz, as coisas que desenha. Passa, então, a ter vontades individuais e gostos particulares.
No entanto, é também uma fase em que a linguagem verbal ainda é rudimentar, e com poucas palavras e muitas vontades, expressar-se para conseguí-las se torna um desafio. Além disso, tem seu sistema cognitivo e compreensão abstrata ainda limitada por sua idade, então não tem total entendimento do porquê de muitas vezes não conseguir o que quer.
E, para finalizar com a cereja no topo do bolo dos dois anos, ainda temos a inexperiência em lidar com frustração, o que atrapalha bastante nos momentos em que não compreende o porquê de não conseguir o que quer, podendo levar a crisesde choro (ou não).
Outro detalhe que pode fortalecer a difuldade dessa etapa da vida é o fato dos pais estarem muito acostumados com um bebê, sem vontades e com mais dependência, e habituar-se com um serzinho que tem vontades e questiona pode trazer à tona muitas projeções de sombra e nomeações complicadas.
E ai mora o primeiro perigo: de se relegar à fase tudo o que acontece, e não se observar verdadeiramente a criança. Outro perigo é o de interpretar a criança com um raciocínio adulto, o que pode levar à projeção de sombras nas interpretações. Por exemplo, muitos pais se sentem constantemente desafiados. Mas, dependendo das dificuldades maiores dos pais, isso terá uma nomeação. Teimoso, mal educado, sem limites, dificil de lidar, etc.
E, ao invés de ouvir a criança, ao invés de se analisar e percerber qual a própria parte nisso tudo, os adultos muitas vezes acabam não lidando tão bem por relegar à essas nomeações e não lidar verdadeiramente com o que está na sua frente. Mas, ao olhar com olhos de criança, perceberão que a visão adulta da situação dá um peso muito maior.
A Simone de Carvalho, do blog Se as Mães Soubessem, sobre as temíveis "birras", diz:
"O uso do não com meus filhos era de uma forma carinhosa sim, mas firme. Eu sempre me posicionava na altura dos olhos deles e falava com um tom de voz diferente: a percepção era imediata à minha mudança de comportamento. Como o cérebro do bebê ainda é imaturo nesta fase, a repetição do ato é necessário, até que o bebê finalmente apreende o significado dele. Essa ação de repetição (por exemplo, jogar um brinquedo no chão diversas vezes, é na verdade uma experimentação do objeto: analisando suas diversas formas de “cair”). Isso é um exercício bastante interessante no que diz respeito às possibilidades infinitas de experimentação de hipóteses, isso é, o exercício da inteligência em sua essência, e claro, seria um grande erro privar os nossos bebês disto, não é mesmo?
A grande diferença aqui está no seu comportamento frente a esta ação que parece um “teste” para os pais. Mas não é. Se trata apenas a necessidade do seu bebê em repetir o ato até que ele o internalize. Se a mãe diz “não” para o dedinho na tomada, o bebê vai testar as suas hipóteses até internalizar que é realmente perigoso, e, abandonar a ação. O não é a linguagem verbal mais usada pelos pais nesta fase, e o grande desafio do bebê é compreender o sentido dos diversos “nãos” que ouve… Isto é, sem dúvida também, um grande desafio para ele."
Outro ponto importante de tratar é o medo que muitos pais têm do choro, que acaba fazendo com que evitem ao máximo situações em que haja choro.
Quando há, o medo enorme faz com que tome proporções maiores, e sequer a iminência desses choros já faz com que muitos pais se estressem e percam a cabeça sem o choro sequer ter começado ainda. A criança, então, sente o nervosismo e estresse dos pais, sentem medo ou insegurança, o que as leva ao choro. Em suma, o choro sendo muito mais consequencia do medo do choro, do que pela situação em si.
(mais sobre o medo do choro aqui)
E, mais importante de tudo, é compreender que, se as crianças estão passando por tantas mudanças e novidades, elas estão precisando mais do que nunca de seus pais. De apoio, de compreensão, de colo. Mas que, quando a "fase" em si é muito temida pelos pais, o apoio é trocado pelo medo, e os pais se tornam "evitadores" ao invés de apoio.
Além disso, e ainda MAIS IMPORTANTE, todas essas nomeações, medo da fase, e formas de lidar têm também a mais grave das consequências: DEIXAR DE CURTIR!
Po que esse é, também, um dos momentos mais gostosos da infância! A criança agora também anda, fala, pede coisas, está começando a usar as palavras do jeito mais lindo possível, interagindo do jeito mais fofo possível, fazem questão de nossa presença e se divertem conosco como nunca antes! É um momento super gostoso da infância!
Para conseguir ver dessa forma, a proposta de Simone em seu blog é viver o "Wonderfull Two". Achei a proposta super legal, com sugestões e dicas, e fica a sugestão de você ler aqui!
Mais sobre o tema no meu blog você encontra aqui!
Dúvidas e comentários, não deixe de nos escrever!
beijos
#PsiMama
Deixe Seu Comentário
Postar um comentário