Como entender o protagonismo infantil? Cuidado do próprio!

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terça-feira, 8 de agosto de 2017
Quando a gente estuda muito primeira infância, criação com apego, disciplina positiva, montessori e etc, as vezes fica muito doído e difícil ir em ambientes como parquinhos e brinquedotecas. A gente ouve muita coisa que da vontade de ajudar, de falar, de intrometer. O que NÃO deve ser feito. Então fico naquela agonia, naquela dor interna, naquele sentimento ruim. Uma criança sem maturidade emocional sendo reprimida por um adulto sem maturidade emocional. Vira uma bagunça, uma tristeza. E tão injusto!! A criança tão pequena, tão vulnerável! Ela geralmente está em desvantagem, é reprimida, é quem mais perde ali..

Essa dor é ainda maior quando a pessoa, depois de gritar com a criança, rotular e castigar, olha pra mim e diz de peito cheio "sou psicóloga e atendo crianças!".

Isso dói. Dói lá dentro. Dói em tantos lugares ao mesmo tempo que não sei explicar! Aconteceu isso hoje, e estou até agora tentando entender como vamos fazer para esse mundo melhorar se até as pessoas que procuram ajuda encontram profissionais desatualizados e despreparados.

Vale para tantos profissionais de tantas áreas.. chegam até mim péssimas sugestões vinda de pediatras, psicólogos, enfermeiros.. de desmame, introdução alimentar precoce, diagnósticos precoces.. tanta gente de uma área falando com o peito cheio de outras áreas como se dominasse todo o conhecimento do mundo! Profissionais soberbos, sentados na cadeira do saber quando estão há muito tempo sem sequer tirar umas horas para uma boa leitura de atualização. Querem informações prontas e mastigadas que geralmente chegam mergulhadas no interesse de quem levou até eles. Interesse esse que geralmente vem de mãos dadas com achismos, senso comum e uma dose gigantesca de interesse comercial.
Vale ressaltar que eu acho muito perigoso o atendimento de crianças, principalmente dependendo da idade. Vejo que para cada criança num consultório existem pais precisando muito mais. E, muitas vezes, através da criança chegamos nos pais. É uma porta de entrada. Mas também outras vezes, quando aparece a demanda do cuidado e acompanhamento dos pais, a criança some. Muitos só querem que a criança se encaixe na expectativa deles. Mas ela não se encaixa, porque é uma criança. Frustrados, preferem um diagnóstico, um nome, qualquer coisa. Mas muitas vezes tudo o que precisam é de ter expectativas mais reais. Compreender melhor o que é a infância, como é o desenvolvimento e o quão diferente tudo isso é da expectativa que tinham.

Quando crianças chegam ao consultório é extremamente necessário analisar quem precisa de acompanhamento. Será mesmo a criança? Por que?

Como diria a grande psicanalista Françoise Dolto: "Seu filho é gago? E isso incomoda ele a ponto dele pedir ajuda? Não? Te incomoda então. Entendi. Ai quem precisa de vir fazer análise é você porque a gagueira do seu filho te incomoda.Quando incomodar a ele, então tratamos ele."

Quando a gente cuida da própria maturidade emocional, a gente também promove a inteligência emocional da criança. O raciocínio lógico e a comunicação. A habilidade de escolher, a autonomia e autoconfiança ao perceber que é protagonista da própria infância, da própria história.. são libertadores a longo prazo na vida de qualquer um!

Uma sugestão transformadora? Leia!
Laura Gutman, Jane Nelsen, Carlos Gonzalez, Maria Montessori.. busque aqui na página ou lá no blog meus textos que resumem e explicam a primeira infância, as ferramentas, o protagonismo infantil.

#PsiMama
#DicaPsiMama
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