No cuidado de crianças e bebês, devemos evitar buscar SOLUÇÕES MÁGICAS para as dificuldades que enfrentamos
Segundo Laura Gutman, no livro " O Poder do Discurso Materno", essa busca pela solução mágica nada mais é do que nossa criança interior buscando quem resolva nossos problemas para nós. Segundo a autora, na sociedade em que vivemos o desamparo marca fortemente a infância, e uma das consequências seria essa eterna busca por cuidado e zelo. Busca essa que nos desresponsabiliza e infantiliza, muitas vezes.
E muitas delas nos enchem de razão, e as defendemos com unhas e dentes, e se torna algo tão pessoal que podemos perceber que nos protege de algo.
A mesma autora, no livro "A Maternidade e o encontro com a própria sombra", discorre também sobre a fusão emocional mãe/bebê, na qual a sombra da mãe (aquilo que não reconhece de si) "se reflete nos espelhos cristalinos e puros, que são os corpos dos filhos pequenos."
Portanto, ela insiste que os sintomas presentes no comportamento de nossos filhos devem ser analisados sob essa via, e não simplesmente anulados e extinguidos como se fossem o problema.
Inclusive, ela reforça que, se persistem mesmo depois de atendidas as necessidades básicas do pequeno, deve- se olhar para a mãe e buscar o motivo para aquele sintoma.
Quais são os pensamentos e sentimentos que inundam a mente da mãe?!
Por que chora essa mãe?
Por que está tão permeável?
Por que rejeita o bebê?
Encontramos muitos livros e teorias que simplificam demais, com soluções mágicas para choros e noites mal dormidas. No entanto, devemos nos perguntar se a extinção desses sintomas vai verdadeiramente solucionar o problema. E vai além: será que a busca da solução poderia ser interna, ao invés de externa? De acordo com os 30 anos de experiência da autora, sim.
E reforço um importante detalhe que a autora descreve. Ela diz que temos que tomar cuidado com teorias reforçadas pelo apego ou de de cama compartilhada, pois cheios da razão e confiando nelas, podemos estar reforçando personagens e escondendo nossas próprias crianças desamparadas.
Não é essa ou aquela teoria, esse ou aquele método, o certo ou o errado.
É a simples prática de nos conhecermos melhor, nos entendermos bem, para que não sejam os nossos filhos a arcar com as consequências de nossas dificuldades e a receber o peso de nossa sombra.
#OPoderdoDiscursoMaterno
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