Meu filho dorme mal / chora muito! Por que? O que fazer?

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Bom, vamos à um assunto super legal! O motivo principal para desespero de muitas mães cansadas e pais esgotados. O sono dos nossos filhos!

O seu bebê dorme mal? Então vamos falar sobre isso.. 



A primeira questão que devemos considerar é.. o que seria um bebê que dorme bem? Isso por que devemos considerar, como já mencionado em posts anteriores, que o tempo dos bebês é diferente do tempo dos adultos. Como estamos cansados, acabamos por querer descansar, dormir à noite, então esperamos do bebê um sono de adulto
Então a primeira coisa importante que tenho para falar é.. bebês acordam à noite, simplesmente por serem bebês. Eles não têm o nosso tempo nem entendem o nosso horário, e acordam sim, independente da luz do sol.
A noite pode ser excessivamente longa, fria ou quieta para o universo do bebê, que esteve em um ambiente movimentado, barulhento e quente por nove meses. E isso é da natureza deles, e precisamos compreender isso acima de tudo. E aprender a respeitar isso e não esperar dos bebês o que eles não têm para nos dar: bebês não dormem a noite toda nos primeiros dois anos de vida. 

Dito isso, e se permanece o sentimento de que seu bebê dorme mal (ou dorme pouco, ou chora muito), precisamos colocar algumas questões: o que você considera "pouco"? O que você considera "mal" e o que seria "bem" para você? 

E quando respondidas essas perguntas, devemos voltar às afirmações anteriores e analisar se são expectativas que condizem com a realidade dos bebês. E prosseguimos.. 

Quando o bebê chora muito à noite.. ou acorda demais.. devemos lembrar que se estão pedindo algo, estão precisando de algo. Por que ninguém pede aquilo de que não precisa. Então, primeiramente, devemos nos perguntar se as necessidades básicas do bebê foram atendidas. E para essa questão vale lembrar que não podemos raciocinar demais, e sim deixar que o bebê aprenda a auto-regulação. Ele sabe se tem fome, sede, sono.. E enquanto pais devemos aprender a seguir nossos instintos, a não nomear o que o bebê sente, mas sim observar e entender verdadeiramente o que precisa. 

Sanadas essas necessidades básicas, vem a segunda questão: o que mais ele pode estar pedindo? Por que a noite é o horário preferido dos bebês para pedir alguma coisa: rapidamente aprendem que seu choro naquele momento não é ignorado, que as mães estão mais disponíveis do que durante o dia, e nesse momento podem pedir-lhe algo que escapa o mundo exterior - o cansaço dos pais lhes faz pensar menos e fazer mais - e nessa hora fica mais fácil pedir o que realmente precisam. 

Nossa sociedade tem a tendência alarmante de relacionar a distância entre bebê e mãe de educação. Para evitar crianças "mal acostumadas" sugerem bebês que passam tempo demais nos berços e tempo de menos no colo, no quente, no íntimo. Os bebês ocidentais passam mais tempo pedindo colo do que realmente recebendo. 

Segundo a experiência de 30 anos da psicoterapeuta Laura Gutman, quase nenhum bebê ocidental é mantido no colo tempo suficiente, e acabam chorando e muito pra conseguir mais conexão, calor, abrigo e disponibilidade emocional de suas mães. Ela diz que percebe nas mães um desejo grande de dormir com seus filhos, mas que são permeados de medos e mitos que as impede de seguir esse desejo. 

"Se deixássemos as mães em paz com seus bebês, dormindo como achassem mais agradável (...) certamente o problema dos bebês insones quase não se manifestaria". 

Com relação aos medos de não aprenderem a dormir sozinhos, ela diz

 "as crianças suficientemente acolhidas evoluem em relação às suas necessidades básicas, uma vez que tenham superado e adquirido a maturidade necessaria". 

Outra dica é que ela insiste também que os bebês devem passar mais tempo (ou todo o tempo) no colo da mãe durante o dia (no sling, no canguru, mas colado ao seu corpo). Ela afirma que o bebê que tenha recebido muita atenção da mãe durante o dia geralmente aceita melhor dormir mais tempo separado à noite. 

Por último, conforme já mencionado em outros posts, a autora insiste que a fusão mãe/ bebê que torna tudo isso possível e necessário também tem como consequência a manifestação do emocional da mãe no bebê. E, portanto, quando nada mais tem efeito, ela sugere que a mãe olhe para si e se pergunte "Como eu estou?". 

O bebê acorda, o bebê chora, mas pode ser a mãe que está precisando de ajuda. E quando ela não consegue pedir, não consegue expressar, acabamos expressando através do bebê. Ou seja, pela manifestação da nossa sombra ou pela forma como interpretamos nossos bebês.. muitas vezes somos nós que estamos precisando de colo, de acolhimento e de atenção. 

Esse texto com certeza absoluta atende à maior parte dos casos de bebês "insones" e "muito chorões". 

Os verdadeiros transtornos do sono são minoria, as "doenças" que fazem o bebê chorar a noite toda, também. E ainda sim podem ser a manifestação do que foi dito aqui. 

Vale olhar para o nosso dia, nos analisar com muito carinho, e sentir sem muito raciocínio lógico o que instintivamente nos toca nessas verdades.

E temos uma super dica!! Eba!! 

Entrar em contato conosco e com nossos sentimentos é o mais importante de tudo dito aqui. Mas também temos uma dica pratica que pode te ajudar nesse processo, caso esteja com dificuldade!
Durante um dia inteiro (ou até dois), você vai anotar tudo o que fez e como fez e em qual horário. Anote mesmo, tudo. É um dia só, dá trabalho, mas vale a pena. Ao final das anotações, de 8h de um dia às 8h do outro, quando você analisar verdadeiramente, perceberá seus padrões e os padrões do bebê. Descobrirá, por exemplo, que ele dorme mais do que você imaginava, ou que passa mais tempo no berço durante o dia do que você gostaria. Enfim, descobertas mil podem vir dessa experiência, o que facilita analisar de forma profunda o que foi dito aqui! 

Beijos

#PsiMama

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