Ter filhos x Ser pais: a parentalidade mandatória, a terceirização dosfilhos e a decisão de não tê-los.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Você faz parte do grupo de pessoas que exerce pressão para que outras pessoas tenham filhos? 

Indo por outras vias.. Você conhece alguém que, na sua opinião, não deveria ter tido filhos? Conhece alguém que resolveu tê-los por pura pressão social? Conhece, quem sabe, alguém que decidiu não ter filhos e que você acha que "um dia vai acabar se arrependendo"? 

Bom, esse tema é muito presente hoje, com as NoMo (explico adiante), a terceirização dos filhos e as tecnologias tornando cada vez mais fácil o acesso à informação. 

Sobre esse tema, vamos por partes. 

Parte I: ter filhos e ser pais são coisas absolutamente diferentes. Assim como ser casado x viver um casamento feliz, ter filhos não significa necessariamente que somos pais. Principalmente nos dias de hoje, em que pode-se terceirizar filhos para iPads, iPhones, babás, creches e até "hotelzinho" para bebê. Quando lemos e buscamos mais sobre a quantidade de filhos órfãos de pais vivos existem por aí, mais somos levados a acreditar que não ter filhos deveria ser uma opção mais socialmente aceita, pois faria muito bem pro mundo e para as crianças que nele habitam. 

Caso queira saber mais sobre esse tema, clique aqui

Mais exemplos claros de crianças terceirizadas? Clique aqui.

Parte II:
Hoje existe uma geração de mulheres (e homens) que abraçaram a sua "não vontade" de ter filhos, e se desfizeram da pressão e do preconceito que giram em torno dessa decisão. As mulheres NoMo, como alguns chamam, e os homens estão cada vez mais conscientes das mudanças que um filho traz à vida, e da paixão que aquilo tem que ser pra que você o faça certo. Se entender e respeitar bem o suficiente pra decidir que não quer e ponto é muito maduro e sábio. 
Caso queira ler mais sobre isso, clique aqui

Parte III:
Inclusive vemos pelo mundo países que compreendem isso, e até dão todo o suporte e acolhimento necessários para as mães que engravidaram mas não querem o bebê, e ainda grávidas já colocam o filho no processo de adoção, para que outras famílias que tenham esse sonho possam ser os pais desse bebê. E há uma grandiosidade e sabedoria nisso. 
Caso queira ler mais, clique aqui.

Parte IV:
Então por que ainda temos tanta gente tendo filho e terceirizando? Por que tanta gente com filhos que não são pais? Por que tanta gente pressionando quem não tem filhos, a tê-los? 

Bom, isso aí já é uma questão socio-cultural que deve ser analisada com cautela.
Na sociedade paternalista em que vivemos, acredita-se primeiro de tudo que *toda mulher deve ser mãe*. Ouve-se muito, inclusive, que ser mãe é uma fase importante do desenvolvimento da mulher e imprescindível para a vida. E, portanto, existe um preconceito enorme em torno daquelas que não o querem. Uma pressão grande para que mudem de ideia. Um olhar torto doído para as decididas a levar a vida sem filhos. 
E algumas acabam cedendo, por pura pressão e medo do julgo. 

Além disso, há quem acredite que ter filhos é regra natural e básica para um *casamento funcionar*. Quando um casal fica muitos anos sem filhos, existe uma pressão grande de que os filhos unirão o casal ou melhorarão o casamento. Em casos de crise, tem quem ache até que filho salva casamento! 

Outro motivo de pressão social é a idade. Dizem que o tempo está passando, que a mulher está envelhecendo, que o homem vai ser pai-avô, e ter filhos vira uma questão cronológica. "Está na hora" de ter filhos. Não por que se deseja. P

Mas o motivo que mais parece ter poder é a motivação pessoal de pessoas externas ao casal! "Minha mãe quer muito um neto" ou "minha cunhada só fala disso". As neuroses e os recalques daqueles que insistem na gravidez alheia, e que acabam de uma forma ou de outra usando todos os argumentos acima para convencer.

Parte V: altruístas x egoístas

Há quem diga que não ter filhos é egoísmo. Há quem acredite que egoísmo é tê-los. Mas a grande verdade é que, nesse caso, o que deve mandar na decisão deve ser o DESEJO. 

É egoísmo de quem não deseja ter filhos, tê-los a abandoná-los no mundo. 

Mas talvez o maior egoísmo de todos seja pressionar, fazer piadas, insistir e persistir na gravidez alheia. Sem considerar os desejos e o tempo daquela pessoa, focados apenas  no próprio desejo que o outro tenha filhos. 

DESEJAR SER PAIS é o princípio básico para ter filhos. DESEJAR TER FILHOS, não. Desejar que o outro os tenha, menos ainda!! 

Isso por que existem mil motivos para se desejar filhos que não perpassam a parentalidade, e que têm como resultado o abandono afetivo. 

Segundo a autora Laura Gutman, o abandono afetivo é o que marca, hoje, a maior parte das infâncias com as quais ela teve contato nos seus 30 anos de atendimentos psicoterapeuticos. É o sinal claro de que algo na nossa sociedade está reforçando que pessoas tenham filhos sem que ser pais sejam o desejo delas.  

E hoje podemos finalmente dizer que o mundo está aberto a mulheres e homens sem filhos. Esta, na verdade, necessitado disso. Então que isso seja não só bem aceito, como estimulado! 

"SE VOCÊ NÃO DESEJA SER PAI, NÃO SEJA! E seja muuito feliz!!"

Para que o mundo melhore precisamos entender que independente de nossas crenças e vontades, é necessário que as pessoas desejem a vida que têm. É preciso ser feliz, acima de todas as coisas. Um mundo feito de pessoas felizes é, com certeza, um mundo melhor. 

Faça você da sua vida o que te faz feliz, e deixe que o outro encontre o próprio caminho da felicidade! 

#PsiMama

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