Fazer rotina nos primeiros três meses
do bebê é um tanto quanto inviável – durante a exterogestação, ainda não há
horários estabelecidos e o bebê ainda se mantém na organização “modo gestação”.
Nesse período, o ideal é deixar que a livre demanda e a liberdade de horários
levem o bebê em direção à auto-regulação. O relógio biológico ainda em processo
de amadurecimento vai, devagar, estabelecendo horários.
A partir de quatro, cinco meses,
essa rotina começa a ser estabelecida pelo próprio bebê. E aqui temos uma Dica Rica PsiMama. Nesse período, tem
um exercício legal de fazer para compreender as rotinas estabelecidas pelo
próprio bebê – anote um dia inteiro dele. Por um dia, você vai anotar tudo o
que ele faz e em qual horário, para depois você analisar o padrão. Se
necessário, faça isso por dois dias seguidos, para notar com mais facilidade. O
interessante é que depois desse exercício, as chances são que você perceba
padrões de sono, de mamadas, de cocos, todos estabelecidos pelo bebê sozinho.
Com esse conhecimento, você pode estabelecer quais os melhores horários para
banho, banho de sol, momento mamãe/bebê, e posteriormente horário de introdução
alimentar e de rotinas de sono com ritual pouco rígido.
A partir de nove, dez meses, o
bebê tende a estar mais sociável, já senta e brinca, muitas vezes já engatinha,
já come sólidos e bebe água, gasta mais energia e passa menos tempo dormindo.
Nesse período, o bebê costuma começar a estabeler sonecas durante o dia e sono
um pouco mais prolongado à noite, a diferenciando com mais facilidade do dia. É
interessante, então, aproveitar esses fatores para começar a estabelecer uma
rotina com horários – de comer, de brincar, de tomar banho e de dormir. Além
disso, pode-se enrigecer um pouco mais os rituais, estabelecendo para o bebê a
ordem cronológica do dia.
A partir de um ano, essa rotina
com horários e um pouco mais de rigidez terá importância fundamental para os dias
da família. Por um lado, os pais conseguem se organizar, conseguem ter tempo
para si mesmos e podem curtir o tempo com os filhos mais tranqüilos. Por outro,
as crianças precisam da rotina para sentirem-se seguras. Lembra quando falamos
da comunicação da verdade externa para que as crianças tenham condições de se
preparar para o que vem? Lembra, tambem, de quando falamos da adaptação das crianças às pequenas mudanças cotidianas durante o dia?
Então, a rotina nada mais é do que a verdade externa repetida
constantemente, possibilitando o preparo e a adaptação de forma mais tranquila e no tempo da criança. O corpo e a mente
já se organizam dentro daquele padrão, da previsibilidade dos dias, facilitando
a adaptação à cada momento, à cada mudança de fusão, essencial para a saúde dos
processos internos e do desenvolvimento dos pequenos.
Vale ressaltar que nessa rotina é
muito importante que se tenha horários livres para brincadeiras, em que se faz
extremamente necessário um tempo gostoso e tranqüilo para curtir os pais e os
irmãos. Além disso, com o tempo e o crescimento, a rigidez dessa rotina vai
diminuindo conforme a compreensão da criança aumenta. Apesar de que certa rigidez
é necessária para a organização da família e o aprendizado sobre limites, vale ressaltar que, assim como o não é uma verdade do mundo que não deve ser escondida, a
diversidade dos dias também o é. E não ter qualquer flexibilidade com relação
aos horários pode não garantir o direito à verdade tanto quanto nunca dizer não
para as crianças. Tudo o que faz parte do mundo e da vida precisa e deve fazer
parte da verdade dita.
Ou seja, se um dia ou outro acontecer algo que demande a mudança da rotina, isso deve ser explicado pra criança. Da mesma forma que deve ser explicado que se as brincadeiras passam, de forma cotidiana, o horário de dormir (por exemplo), toda a organização da casa vai por água abaixo. Ou seja, verbalizar e explicar as verdades, expressando sua importância né esclarecendo sua diversidade.
Vale dizer que as crianças que não têm rotina e
horários pré-estabelecidos podem desenvolver certa insegurança, uma vez que não
têm ainda maturidade para reger seus dias, decidir seus horários e definir
rotinas, e portanto precisam de um responsável que o faça por elas. Caso contrário, cada novo dia é um desconhecido à ser descoberto, a qual
deve-se se adaptar. Uma nova adaptação diferente a cada dia pode não ser muito
saudável, exercendo cobrança exagerada e precoce à uma criança ainda imatura. A preocupação é o cuidado do responsável em estabelecer rotina não só confere segurança à criança, como a faz se sentir cuidada e amada.
E aí, o que acharam?
#PsiMama
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