A importância da rotina para os bebês, para as crianças e para os pais – o direito à verdade visto de outro ângulo

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sexta-feira, 25 de março de 2016
Fazer rotina nos primeiros três meses do bebê é um tanto quanto inviável – durante a exterogestação, ainda não há horários estabelecidos e o bebê ainda se mantém na organização “modo gestação”. Nesse período, o ideal é deixar que a livre demanda e a liberdade de horários levem o bebê em direção à auto-regulação. O relógio biológico ainda em processo de amadurecimento vai, devagar, estabelecendo horários.

A partir de quatro, cinco meses, essa rotina começa a ser estabelecida pelo próprio bebê. E aqui temos uma Dica Rica PsiMama. Nesse período, tem um exercício legal de fazer para compreender as rotinas estabelecidas pelo próprio bebê – anote um dia inteiro dele. Por um dia, você vai anotar tudo o que ele faz e em qual horário, para depois você analisar o padrão. Se necessário, faça isso por dois dias seguidos, para notar com mais facilidade. O interessante é que depois desse exercício, as chances são que você perceba padrões de sono, de mamadas, de cocos, todos estabelecidos pelo bebê sozinho. Com esse conhecimento, você pode estabelecer quais os melhores horários para banho, banho de sol, momento mamãe/bebê, e posteriormente horário de introdução alimentar e de rotinas de sono com ritual pouco rígido.

                Dica Rica PsiMama

A partir de nove, dez meses, o bebê tende a estar mais sociável, já senta e brinca, muitas vezes já engatinha, já come sólidos e bebe água, gasta mais energia e passa menos tempo dormindo. Nesse período, o bebê costuma começar a estabeler sonecas durante o dia e sono um pouco mais prolongado à noite, a diferenciando com mais facilidade do dia. É interessante, então, aproveitar esses fatores para começar a estabelecer uma rotina com horários – de comer, de brincar, de tomar banho e de dormir. Além disso, pode-se enrigecer um pouco mais os rituais, estabelecendo para o bebê a ordem cronológica do dia.

A partir de um ano, essa rotina com horários e um pouco mais de rigidez terá importância fundamental para os dias da família. Por um lado, os pais conseguem se organizar, conseguem ter tempo para si mesmos e podem curtir o tempo com os filhos mais tranqüilos. Por outro, as crianças precisam da rotina para sentirem-se seguras. Lembra quando falamos da comunicação da verdade externa para que as crianças tenham condições de se preparar para o que vem? Lembra, tambem, de quando falamos da adaptação das crianças às pequenas mudanças cotidianas durante o dia? 

Então, a rotina nada mais é do que a verdade externa repetida constantemente, possibilitando o preparo e a adaptação de forma mais tranquila e no tempo da criança. O corpo e a mente já se organizam dentro daquele padrão, da previsibilidade dos dias, facilitando a adaptação à cada momento, à cada mudança de fusão, essencial para a saúde dos processos internos e do desenvolvimento dos pequenos.

Vale ressaltar que nessa rotina é muito importante que se tenha horários livres para brincadeiras, em que se faz extremamente necessário um tempo gostoso e tranqüilo para curtir os pais e os irmãos. Além disso, com o tempo e o crescimento, a rigidez dessa rotina vai diminuindo conforme a compreensão da criança aumenta.   Apesar de que certa rigidez é necessária para a organização da família e o aprendizado sobre limites, vale ressaltar que, assim como o não é uma verdade do mundo que não deve ser escondida, a diversidade dos dias também o é. E não ter qualquer flexibilidade com relação aos horários pode não garantir o direito à verdade tanto quanto nunca dizer não para as crianças. Tudo o que faz parte do mundo e da vida precisa e deve fazer parte da verdade dita.

Ou seja, se um dia ou outro acontecer algo que demande a mudança da rotina, isso deve ser explicado pra criança. Da mesma forma que deve ser explicado que se as brincadeiras passam, de forma cotidiana, o horário de dormir (por exemplo), toda a organização da casa vai por água abaixo. Ou seja, verbalizar e explicar as verdades, expressando sua importância né esclarecendo sua diversidade. 

Vale dizer que as crianças que não têm rotina e horários pré-estabelecidos podem desenvolver certa insegurança, uma vez que não têm ainda maturidade para reger seus dias, decidir seus horários e definir rotinas, e portanto precisam de um responsável que o faça por elas. Caso contrário, cada novo dia é um desconhecido à ser descoberto, a qual deve-se se adaptar. Uma nova adaptação diferente a cada dia pode não ser muito saudável, exercendo cobrança exagerada e precoce à uma criança ainda imatura. A preocupação é o cuidado do responsável em estabelecer rotina não só confere segurança à criança, como a faz se sentir cuidada e amada. 


E aí, o que acharam? 

#PsiMama

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