Quando olhamos a time line da página “Parto Normal? Sim, por
favor” (acesse) no dia 10 de Março, em que ela pediu que descrevêssemos o puerpério com
uma palavra, é visível que três se repetem com freqüência: medo, cansaço e solidão.
Uma vez que estou passando pelo puerpério, me coloquei a analisar essas
palavras e relacioná-las ao meu dia a dia, e uma coisa ficou clara pra mim:
realmente estamos sós.
Meu filho começou a chorar e eu pulei da cama no susto. Eram 2h50 da manhã. Vi que a fralda estava muito suja e decidi trocar, com ele chorando, sabendo que quando eu colocasse no peito ele pararia. Mas que mamaria até dormir, e se eu trocasse depois da mamada acordaria ele de novo. Pedi ajuda pro meu marido, que estava ainda meio sonâmbulo. Eu já estava à todo vapor. “Pega a fralda?” pedi. Ele ainda meio zonzo perguntou “onde?”. Meu filho já estava agora chorando com frio por que eu já tinha tirado a fralda e limpado ele, só me faltava a fralda limpa para acabar com aquele momento de angústia. Correndo contra o tempo, agoniada com o choro, me sentindo quase que maltratando meu filho com frio chorando, e meu marido ainda estava meio acordado. Eu apontei, eu mostrei, eu gritei onde estavam. Ele, claro, ficou chateado. E disse “você é a mais desesperada!”. Me entregou a fralda e voltou para a cama, meio dormindo, meio acordado para me fazer companhia. Também exausto. Terminei de colocar a fralda e amamentei. E a palavra solidão me veio à mente. Meu marido estava ali comigo, estava ali e ativo como eu. Mas eu ainda estava sozinha, por que ele jamais entenderia o meu ‘desespero’ daquele momento. Enquanto nos sentimos as desesperadas, doidas, desvairadas, gritando com o marido no meio da madrugada, nos sentimos sós.
Sentimos medo, angústia,
e solidão, por que estamos sozinhas no furacão do puerpério.
Meu filho começou a chorar e eu pulei da cama no susto. Eram 2h50 da manhã. Vi que a fralda estava muito suja e decidi trocar, com ele chorando, sabendo que quando eu colocasse no peito ele pararia. Mas que mamaria até dormir, e se eu trocasse depois da mamada acordaria ele de novo. Pedi ajuda pro meu marido, que estava ainda meio sonâmbulo. Eu já estava à todo vapor. “Pega a fralda?” pedi. Ele ainda meio zonzo perguntou “onde?”. Meu filho já estava agora chorando com frio por que eu já tinha tirado a fralda e limpado ele, só me faltava a fralda limpa para acabar com aquele momento de angústia. Correndo contra o tempo, agoniada com o choro, me sentindo quase que maltratando meu filho com frio chorando, e meu marido ainda estava meio acordado. Eu apontei, eu mostrei, eu gritei onde estavam. Ele, claro, ficou chateado. E disse “você é a mais desesperada!”. Me entregou a fralda e voltou para a cama, meio dormindo, meio acordado para me fazer companhia. Também exausto. Terminei de colocar a fralda e amamentei. E a palavra solidão me veio à mente. Meu marido estava ali comigo, estava ali e ativo como eu. Mas eu ainda estava sozinha, por que ele jamais entenderia o meu ‘desespero’ daquele momento. Enquanto nos sentimos as desesperadas, doidas, desvairadas, gritando com o marido no meio da madrugada, nos sentimos sós.
Acredito que o medo e o cansaço estão completamente
relacionados à isso, e me explico: por mais que tenhamos suporte, apoio do pai,
estrutura de profissionais em casa à nosso dispor para facilitar, ou ainda que
não tenhamos nada disso, uma coisa é certa: estamos sós em nosso puerpério. Por
sermos os únicos seres puerperais naquela casa. Os únicos seres em fusão
emocional com o bebê, passando pela loucura necessária e nos dividindo entre
sentimentos felizes e tristes na TPM forte dos dias pós parto.
Em casa, com o filho nos braços às três da manhã, morrendo
de sono e precisando amamentar, estamos sós. Mesmo que tenha alguém do nosso
lado dando força, ainda sim, o seu cansaço e o seu medo são seus. E estão
dentro de você. E lá dentro só tem você, suas expectativas, sua sombra. E suas
descobertas são só suas também.
Como ele leu sobre a loucura necessária, ele não ficou
chateado. Ele entende esses meus momentos, e isso me tranqüiliza muito, por que
depois que o momento passa nem eu entendo meu desespero. Mas eu sei que a fusão
emocional que estou com meu bebê hoje fala mais alto nessas horas. Eu sinto o
choro dele, sinto o frio que ele está sentindo, e eu tenho muita pressa! Uma
pressa que não passa pelo raciocínio lógico, uma pressa que não posso explicar.
É uma pressa que eu e o bebê dividimos, por que eu sinto o choro dele como se
fosse o meu. E nessa fusão, estamos eu e ele. Mas não tem mais ninguém.
Por isso sugerimos conversar com o bebê. Por isso explicamos
tanto, no preparo pré puerperal, sobre a fusão e a loucura necessária e todos
os aspectos do encontro com a sombra. Por que essas aparições de surpresa podem
te assustar, e é melhor estar preparada pra elas. Mas isso não significa que
não vamos sentir todas essas coisas. Nós vamos, e devemos, pois faz parte do
processo! Significa apenas que vamos compreender melhor, nos ver passando pelo
processo e ter a possibilidade de nos entender
e respeitar mais.
E aí, gostou? Dê sua opinião :)
beijos
PsiMama
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