5 motivos do método Montessori.
Vamos
começar com um exemplo.
Uma criança está brincando num bloco de encaixar. Ela consegue encaixar o quadrado no buraco quadrado, e fica satisfeita. Isso a empolga para tentar encaixar o triângulo. Ela busca, tenta no círculo, tenta na estrela, e finalmente consegue encaixar no buraco triangular. Muito satisfeita, ela continua o jogo. Está motivada e se divertindo.
De
repente um adulto senta ao lado, e quando ela vai colocar a estrela no buraco
quadrado, e não consegue. Tenta no triangular, e finalmente consegue no buraco
de estrela. O adulto grita "viva!!" e bate palmas. A criança olha pra
ele e sorri.Continua o jogo, agora com a peça redonda. Tenta no buraco quadrado
e nada, tenta no buraco da estrela, nada, e percebe que o adulto não reage.
Tenta o buraco circular e acerta! O adulto, novamente, bate palmas e grita
"viva!". A criança ri, e recomeça o jogo. Tenta novamente o quadrado,
dessa vez tentanto primeiro no buraco triangular, depois no circular e por
ultimo no quadrado. Acerta, e logo olha pro adulto e grita "viva!"
batendo palmas para si mesmo. O adulto responde, rindo, gritando viva e batendo
palmas. A criança agora quer acertar os outros para que eles possam comemorar
juntos. Mas o adulto já está engajado em outra atividade, e diz "isso,
continua ai, você está indo muito bem!" e sai. A criança acerta a estrela
no buraco certo, bate palmas, olha pro lado, e não vê comemoração. Ela se
entristece, levanta e vai em busca do adulto que ali estava. A brincadeira
perdeu a graça.
Muito
provavelmente, se esse for um hábito, a criança passará a buscar essas palmas e
vivas em suas atividades. Além de se frustrar nos momentos que não receber as
palmas e vivas e tiver feito algo certo, mesmo que corriqueiro, como brincar
com blocos de encaixar. Ela pode, então, aprender a ser parabenizada por algo
banal, além de desenvolver um certo apego àquelas palmas, precisando delas para
se sentir motivadas. Lógico que não acontece na primeira nem na segunda palma e
viva, mas no hábito de fazê-lo.
Agora,
essa criança acostumada com palmas e dependente de aprovação em suas atividades
corriqueiras para de motivar, terá bastante dificuldade em se divertir quando
estiver sozinha, ou com outras crianças recebendo palmas. Terá dificuldade em
creches e parques, em que não há possibilidade dos cuidadores parabenizarem a
todos, a todo tempo. Provavelmente demorará mais para se adaptar à chegada de
um irmão ou um primo, quando aqueles adultos já não terão mais possibilidade de
bater palmas e gritar vivas para suas atividades. Pode, até, se sentir
rejeitada ou abandonada por não ser mais tão valorizada em seus momentos de
pequenas e corriqueiras conquistas.
Mas não
bater palmas nunca?
Na
verdade, as palmas e os vivas têm seu lugar. E isso é mais um motivo para não
banalizá-los. Então podemos realmente parabenizar grandes feitos. Com a
banalização, aprender a andar receber as mesmas palmas de acertar um formato do
bloco.
Aproveitando
o tema, vale ressaltar também a importância de ensinar certo e errado sem
necessariamente colocar o amor das pessoas em questão. Ou seja, dizer “assim
você deixa mamãe triste” ou “vovó não vai gostar de você se fizer isso”. Pelo
mesmo motivo das palmas, ou seja, não
ensinar a criança a buscar a aprovação do outro no que faz. Mas sim
ensiná-la a fazer o certo ou buscar suas conquistas para ter satisfação pessoal.Assim, estimulamos a autonomia e a independência emocional. Valores importantes até a vida adulta,
quando a própria felicidade é prioritária em comparação à busca eterna por
aprovação externa.
Quer
saber mais, e entender os 5 motivos do método Montessori? Acesse aqui!
Espero que amem!
beijos
PsiMama
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