Mãe polvo – má divisão de tarefas ou querer fazer tudo sozinha?

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terça-feira, 12 de abril de 2016

É muito comum virmos a romantização da “mãe polvo”, “mãe multitarefas” ou “super mãe”, se referindo à mulheres que cuidam dos filhos, da casa, do marido e por vezes  trabalham. Encontramos, inclusive, a romantização do “marido que é outro filho” (assunto para outro post). Algumas mulheres falam com orgulho que não recebem ajuda de ninguém e “dão conta de tudo” sozinhas. Outras realmente se entristecem ao perceberem que não têm ajuda, e que estão exaustas.

Então vem a duvida à mente: você que se considera mãe polvo, está nessa por má divisão de tarefas ou por querer fazer tudo sozinha? Independe da sua reposta, a outra pergunta é: por quê?

Má divisão de tarefas

Há a necessidade de dividir tarefas, principalmente depois que nasce o primeiro filho.  Essa cumplicidade do casal e a compreensão de que ambos são responsáveis pela casa e pelos filhos é primordial à saúde do relacionamento, da família e de cada indivíduo. Cada um tem seu papel, e sua parte nas tarefas diárias. 

Além disso, precisamos de apoio. Mas antes, precisamos aprender a pedir esse apoio. Depois, precisamos aprender a receber o apoio que pedimos, da forma que vier. E essa etapa pode ser a mais difícil, por que as pessoas que vão  ajudar nem sempre farão as coisas do jeito que você faria. As mães, sogras e amigos que se dispuseram a ajudar geralmente têm boa vontade e boa intenção, e farão as coisas da forma como você pedir. Mas para isso se faz necessário saber pedir. E entender que não será a mesma coisa de ter feito tudo sozinha, não vai sair do mesmo jeito, mas que está tudo bem!

Esse apoio é crucial, principalmente no pós parto, por que para que se possa viver o puerpério, se dedicar à amamentação e ao bebê e realmente viver a fusão emocional de forma saudável, é necessário que essa seja a sua tarefa do dia. Que não tenha preocupações externas nem afazeres domésticos. 

Claro que não serão todas que terão esse privilégio, algumas infelizmente não podem contar nem com o pai da criança nem com outros suportes. Mas é importante ficar claro que se você tiver alguém que possa te ajudar, peça.

Para além do pós-parto, na vida cotidiana depois que os filhos já estão maiores, o mesmo vale. Dividir tarefas com o pai, pedir ajuda para parentes, e organizar a vida de forma a não concentrar todos os deveres da familia nas mãos da mãe. Para que o dia a dia seja mais tranqüilo e prazeroso, pra que seja justo e organizado de forma que a mãe e o pai possam curtir os filhos, descansar e ter momentos de lazer.


Mas e quando a mãe quer fazer tudo sozinha?

Pode ser que ser uma ‘mãe polvo’ seja motivo de orgulho para muitas mulheres, e está tudo bem. Cada um faz o que te faz feliz. O que seria interessante analisar nessa situação é como fica isso para as outras pessoas à volta: marido, filhos, família. Será que esta multitarefas está sendo saudável para você e sua família?

Questões importantes para analisar:

                      Por que fazer tudo sozinha?

·          Por que não permitir o apoio, a ajuda do outro, da forma como o outro pode dar?

Você acaba até buscando mais tarefas no seu dia, se comprometendo com muito? Qual a função dessa ocupação excessiva?
·          O que pode-se estar evitando, do que pode-se estar fugindo, qual o ganho de se ocupar tanto, e sozinha?

Quais as conseqüências disso?
·         Você tem conseguido fazer as coisas a que se propõe com qualidade? Está se sentindo estressada, cansada e sobrecarregada?
·          Como estão seus filhos nesse tornado de coisas? Será que nessa lista de tarefas seus filhos são apenas mais uma, ou eles têm seu tempo, disponibilidade, carinho e amparo?

E as outras pessoas que estão sendo poupadas de suas tarefas? Estão sendo privadas de coisas que lhes seriam importantes, excluídas de possibilidades diárias da família?

Ser ‘mãe polvo’ pode ter conseqüências para a sua vida, sua auto estima, seu casamento e, principalmente, na possibilidade de convívio saudável com os filhos. 

Quando paramos para analisar e nos damos conta de que está demais, o ideal é respirar fundo e esquematizar num papel o que precisa ser feito para que haja uma divisão de tarefas que possibilite a qualidade de vida da família. 

Dar tarefas ao pai, pedir ajuda à volta, buscar alternativas, e não se sobrecarregar tanto. Organizar um tempo para si, tempo e mais tempo com os filhos e também aquele tempo de namoro com o marido (ou mais tempo para si, para as solteiras! RS).

Se desfazendo de tanta responsabilidade e peso, e abraçando a divisão e a tranquilidade, você perceberá que será possível fazer muito bem suas próprias tarefas, curtir mais sua família e filhos, e ainda ter tempo para si.

Depois nos contem como foi!

Beijos

#PsiMama

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